Há algum tempo atrás me disse
Bibliotecônomo mas recuei, posto que, no senso comum somos Bibliotecários. Hoje
encontrei, na Biblioteca do Centro de Artes e Comunicação, um livro, traduzido
do Inglês, datado de 1933, onde li pela primeira vez o termo Bibliotecônomo.
Mim perguntei por que até hoje este termo não é usado por Nós? O livro foi
traduzido em 1971, e serviu de referência para os primórdios dos estudos da
Biblioteconomia com a condição de Ciência. Mas, até hoje, li coisa alguma onde
se diga Bibliotecônomo, quem se doutora em Biblioteconomia. Aqui aparece o
problema que constatei: quando encontramos o científico da Biblioteconomia tornamo-nos
cientistas da informação, e cursamos Ciência da Informação.
Temos que assumir a autoridade
que constituirmos. Além do processamento técnico apurado, podemos ser
autoridade na edição, e aplicação do material bibliográfico. Mesmo na condição
de cientista da informação, ainda deixamos na estante, e ofertamos ao público,
material duvidoso, do qual a qualidade não se comenta, e o conteúdo deixa a
desejar. Sabotamos nossa profissão em nome do consumismo. Cheguei a Faculdade em 1977, e até agora, só
utilizamos brochuras, sem a capa -dura o livro será sempre isto!
Tanto quanto qualquer profissional, temos que requerer para nós
autoridade para fazer constar nossa
avaliação no produto. O livro é apenas um produto que deve ter especificado seu
conteúdo, e consequências de uso no rotulo.
Copiei da introdução do livro que refiro uma breve História:
É absolutamente inconstitucional exercer a censura, e veto,
sobre qualquer forma, mas, é irresponsabilidade, e absolutamente
inconstitucional, não a exercer para contento de todos.
Copiei da introdução do livro que refiro uma breve História:
“Nem todo Bibliotecário é chamado
a tomar parte ativa na síntese da Ciência da Biblioteconomia”
“Só assim será preservados intactos
as fases puramente humanistas dessa atividade como parte da pratica profissional.”
“Os estudos científicos, geralmente,
não levam ao desenvolvimento da solidariedade humanitária.”
“O Cientista, pela própria
limitação de seu interesse, pode tornar-se arbitrário, dogmático, e
intolerante, com relação a tudo que não compreenda.” O caso da Bibliotecária “ranzinza”.
Fica clara a distinção entre:
Bibliotecário e Bibliotecônomo. Entendia-se que tanto era necessário para manter
a rotina dos serviços técnicos na Biblioteca. Temia-se que, dando à
Biblioteconomia a condição de Ciência, tirar-se-ia o aspecto puramente
humanitário de seus serviços. Na época, oferecer a leitura gratuita de livros,
alcançados apenas por ricos, e nobres, era uma ação solidária. As Bibliotecas
públicas eram Bibliotecas particulares
doadas.
Ainda na introdução lemos: “Com o
desenvolvimento da Ciência da Biblioteconomia teremos um dia, conhecimentos
definitivos sobre questões para as quais atualmente temos de utilizar a opinião
subjetiva.”
Mais adiante,
em um capítulo, na página 34, a situação é mostrada um pouco mais complexa: “Com
relação ao aspecto final que é o efeito da leitura sobre a sociedade, temos
mais uma vez que entender a questão da espécie.” (!?) Na verdade espécie, cor,
e raça, não justificam atitudes adversas que perturbem o convívio social. A
diferença existe, a 'diferenciação' que se faça necessária é o que precisa de
toda atenção, sendo consequência de distúrbios de comportamento, é questão de
Educação, portanto, comum a todos.
BUTTLER. Pierce, Introdução à Ciência da Biblioteconomia. São Paulo. Ed. Lidador, 1971.pg.:.xi - xiii, 34.